quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Como avaliar a aprendizagem?

Caros professores

Ao nos aproximarmos do final do semestre chega também a reflexão sobre a avaliação que faremos dos nossos alunos. Escolhemos então como foco do nosso blog desta semana o processo de avaliação. Solicitanos acessarem o video do prof. Celso Antunes e responder as seguintes perguntas:
  1. O que deverei levar em conta para avaliar bem os meus alunos no final do curso que fazem neste semestre?
  2. Os alunos mais fracos e os mais fortes são fáceis de avaliar. Quanto aos "meio-termo", o que pretendo fazer para definir se devem ou não serem aprovados? 

8 comentários:

  1. Vou começar meus comentários a partir de um trecho extraído de um texto do próprio Profº. Celso Antunes, chamado “Um sol que não tem tamanho”, qual seja: “Não existe uma boa avaliação quando esta se mostra tópica, pontual, restrita a um ou a alguns dias, mas quando se faz a cada aula, em cada oportunidade, em todo papo que se estabelece, em toda interrogação que a fala do professor precisa sempre explorar.”
    Avaliar um aluno, definitivamente, não é a mais fácil das tarefas. Na verdade, considero ser bem complicada. Como dizer se o aluno está apto a seguir em frente, a passar de ano ou ir para o próximo nível do inglês ou outra língua? Baseado em que posso definir se o aluno aprendeu o suficiente? O que é suficiente?
    Bom como estou no universo do ensino de línguas, passarei a fazer minhas considerações baseadas naquilo que vivencio. Comecei meu texto com as palavras do mencionado autor, estas com as quais concordo firmemente. Não posso avaliar meu aluno simplesmente em um dia ou dias marcados no calendário escolar reservado para as provas. Não podemos desconsiderar toda a vivência em sala de aula, a participação, as discussões, os questionamentos, os trabalhos em grupo, em duplas, as tarefas passadas, ou uma simples conversa em inglês no corredor da escola. Tudo isso faz parte do aprendizado do aluno e deve ser levado em conta no momento de avaliar. É considerando tudo isso que pretendo ser a mais honesta possível no momento de quantificar a aprendizagem, se é que isso pode ser feito.
    Não condeno a avaliação feita através de provas. Elas devem existir, mas são apenas uma parte. O aluno quando da proximidade das provas, sabe que é o momento de revisar e relembrar alguns tópicos não muito bem absorvidos. Acho que isso é muito válido. Mas, quantas vezes não ouvimos falar de um aluno que fez uma excelente prova, escreve muito bem, contudo, sequer pisa os pés em sala de aula, não faz uma atividade requerida ou sequer abre a boca para participar de alguma discussão? Seria justo considerar somente a nota tirada na prova objetiva? Não é justo com este aluno nem com os outros que, embora tenham tirado nota menor na prova se esforçaram para fazer as atividades, para participar e se envolver em todo o processo. Eu tenho exemplos claros disso, e já pontuei em sala de aula exatamente o que estou aqui comentando. Digo aos meus alunos que tudo é parte da avaliação e que eles devem se esforçar em todos os aspectos.
    Conhecer o seu aluno. Este é outro ponto chave no processo de avaliação. O professor precisa conhecer o aluno no sentido de saber não só sobre suas possibilidades de crescimento, como também sobre as suas limitações. Por exemplo, um aluno o qual o professor sabe de suas potencialidades, mas que tirou uma nota baixa na prova. O que fazer? Considera a nota e pronto? Entendo que não, algo aconteceu naquele dia para que este aluno tenha se saído abaixo do esperado. Acho que uma conversa e a proposta de outro tipo de avaliação é mais justa.

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  3. Continuação

    O que é suficiente para eu considerar meu aluno apto a prosseguir? Acho que o professor para avaliar tem que ter em mente um objetivo claro. Eu, professora do MYP 2, sei que no livro do meu aluno tem um conteúdo vasto a ser aprendido, mas tenho que me perguntar? “o que realmente preciso que me aluno saiba pra ir para o MYP3?”, “o que realmente eu quero que meu aluno desenvolva?” Esses questionamentos mentais podem levar a uma justa avaliação.
    No que atine aos alunos mais fracos e mais fortes, penso o seguinte: De tudo que explanei acima, pode-se entender que um processo justo de avaliação não deve ser objetivo, porque é essa subjetividade advinda da multiplicidade de tarefas desenvolvidas em sala de aula é que revelará se um aluno é fraco ou forte. Portanto, não há facilidade, já que o processo é o mesmo para qualquer tipo de aluno. A única facilidade que eu vejo seria na hora de dar uma nota. O professor não sente remorso em dar nota baixa para um aluno que não nada faz, não participa, falta e tira nota baixa.
    Agora entendo que alunos “meio-termo” podem gerar mais dúvidas no professor. Pra essa pergunta, continuou na mesma ideia que expus acima, que é a de definir meu objetivo quanto ao que eu desejo que meu aluno aprenda.
    Vou encerrar meus comentários com uma pergunta do Profº. Celso Antunes feita durante uma palestra sobre educação: Como um professor deve avaliar seus alunos? Para achar erros e consertá-los ou para puni-los?

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  4. Concordo que a avaliação deve ser contínua, comportamental, social, psicológica, etc.; porém antes mesmo de iniciarmos o processo avaliativo precisamos entender a razão na qual estamos ensinando. Quando somos professores temos expectativas de resultados e mudanças não somente dos nossos alunos, mas daquele pequeno contexto social que estamos de certa forma participando e tentando desenvolver.
    Uma avaliação positiva; seja ela através de provas, argüições, trabalhos em grupo, participação em aula; espelha o sucesso do processo educacional desenvolvido pelo professor. Porém, para que realmente seja eficaz, precisamos antes de tudo traçar nossos objetivos no início do processo. Após este primeiro passo, temos que estudar e implementar os recursos necessários para realizar a avaliação. Tendo todo o ambiente apropriado, iniciamos a análise de resultados, para então adentrar na resposta da segunda pergunta.
    Nenhum aluno é fácil de avaliar. Muitas vezes os rotulamos como fracos ou fortes, e os avaliamos utilizando como base o pré-conceito da primeira impressão. E é por isso que é primordial entender em qual ponto cada aluno se encontra e onde esperamos que ele chegue, para assim analisar os resultados.
    Como exemplo, utilizo o processo utilizado em uma turma de avançado 3 no projeto “visiting the library”. Parte da “nota” deles será baseada na apresentação de um conto escolhido pelos próprios alunos para leitura e apresentação. Entendemos que turmas de avançado possuem diferentes níveis de fluência, acuracidade, conhecimento social, maturidade, etc. Então o processo avaliativo não deve se basear somente nestes pontos homogeneamente, mas na evolução de cada indivíduo após o término do processo. O aluno forte realiza uma apresentação com muita fluência, bom vocabulário; mas não demonstra um progresso pessoal tão significativo. O aluno fraco se esforça 3 vezes mais para realizar uma apresentação na “média”. Porém, o seu resultado pessoal foi além da expectativa e ele sabe que se superou para chegar àquele ponto.
    No exemplo citado, acredito que o objetivo traçado foi atingido, mesmo tendo diferenças na qualidade das apresentações.
    E este é o meu entendimento do que pode ser considerado uma avaliação produtiva.

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  5. "A avaliação é apenas uma coadjuvante". Bem, humildemente, sempre me perguntei a cerca do papel da avaliação no processo de aprendizagem. Celso Antunes define a avaliação como secundária, mas será?! Quero deixar bem claro que não sou ninguém para questioná-lo. Só que uma coisa me perturba: a vida. Infelizmente, estamos longe do plano ideal de avaliação e todas as provas que faremos (vestibular, concursos, proficiência, residências médicas, OAB, provas de estágio...) terão seu caráter somativo. (De acordo com Celso Antunes, avaliação somativa é aquela que avalia o quanto a memória pode reter).
    Lembro muito bem de que era aluno de uma escola pública da cidade que abertamente defendia a idéia de educar para vida. Nós tinhámos aulas de filosofia e disucussões de alto nível no ensino médio, chegamos inclusive a ler Kafka, Dostoiévski, Orwell. Naquele momento a gente nem dava importância, até que soubemos que filosofia cairia no vestibular, porque aquilo era nossa preocupação.
    Assim, além da mudança na mentalidade dos alunos e professores é necessário uma mudança, também, nos sistemas de avaliação. Tá, sei que isso é muito utópico, mas é aí que minha inquietação fica: será que estaremos preparando para a vida um aluno incapaz de passar nessas provas?! Talvez meu comentário seja algo totalmente senso-comum e eu reconheço isso. Se alguém tiver bases científicas para me tirar essa dúvida, agradeceria.

    No que toca a avaliação educativa: como mensurar?! Como avaliar?! Pq subjetivamente fica complicado. Concordo plenamente que o modelo somativo é ultrapassado, mas como tornar o modelo eduvativo mais objetivo?!

    Ai gente, sei lá! Isso é muito complexo. Não sou a favor das provas somativas, minhas preocupação é só com o lado de fora. PQ os aluns podem ser surpreendidos por modelos arcaicos que focam em mera "retenção" de "conhecimento".

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  6. Nossa, como esse povo escreve! rss
    Realmente se trata de um assunto polêmico. No que tange às duas formas de avaliação, concordo com o ponto de vista da prof. Lorena quando ela diz que embora a avaliação somativa seja limitada, ela traz ao aluno a iniciativa de revisar os conteúdos estudados, o que é muito importante. Afinal, não se pode negar que um dos nossos objetivos, enquanto professores, é o aprendizado desses conteúdos pelos nossos alunos. Também é relevante o fato de que essa necessidade de "estudar para a prova" faz com que eles reflitam sobre suas estratégias de aprendizado, visando sempre melhores resultados. Ainda, o aluno sente necessidade de um momento concreto de avaliação. Agora mesmo, ao avaliá-los para a segunda etapa, muitos perguntaram "Mas, teacher, não fiz nenhuma prova! Essa nota é de que?".
    Confesso que sempre seleciono alguns momentos em sala para avaliação, seja pelo dever de casa, uma atividade de listening, speaking etc., porque quando não o faço é simplesmente quase impossível mensurar o desempenho deles. Também procuro ter uma visão geral do desenvolvimento de cada um durante o semestre, por exemplo, se estão mais (ou menos) participativos, assíduos, responsáveis, se estão mais confiantes para tomar iniciativas e correr os riscos necessários à aprendizagem de um idioma.
    Quanto aos alunos medianos, não diria que são os mais difíceis de avaliar. Para mim, são aqueles mais quietos, tímidos, que não se mostram muito. Como saber do que são capazes? Nesses casos, tento fazer com que participem mais ativamente, não ignorando sua presença como podería-se correr o risco de fazer, mas ainda assim, é difícil.

    Um grande abraço a todos!

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  7. Nós, professores e educadores, vivemos um dilema. Concordamos com o fato de que a avaliação é apenas um instrumento, uma ferramenta entre tantas outras que utilizamos em nossa prática pedagógica. Entretanto , ao final de cada período letivo aplicamos uma prova para ver se nossos alunos podem seguir para o próximo nível. O que devemos fazer para sermos mais coerentes com aquilo que acreditamos? Creio que nossa prática aqui no Yázigi já é fruto dessa reflexão. Nossa avaliação não leva em conta apenas a nota de uma ou duas provas. Observamos a produção de nossos alunos no dia a dia e consideramos seu desempenho durante todo o período. Precisamos, porém, ser cuidadosos para não tornar isso muito subjetivo. Gostei quando o professor Celso Antunes disse que às vezes a pergunta de um aluno pode ser mais útil para que possamos avaliá-lo do que uma resposta que ele dá.
    Um aspecto que eu acho interessante, dentro de alguns cuidados, é pedir para que o próprio aluno também se avalie. Se conseguimos que isso seja feito de forma consciente, o resultado pode ser muito positivo e motivador.

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  8. Na opnião de vcs qual myp é o mais importante?

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